A China, o maior emissor de gases que causam o efeito estufa, anunciou pela primeira vez uma meta de redução de emissão de gases causadores do efeito estufa, a duas semanas da reunião global sobre clima em Copenhague.
Segundo a agência oficial Xinhua, o país cortará, até 2020, de 40% a 45% de sua "intensidade de carbono" comparada aos níveis de 2005.
A "intensidade de carbono", uma mensuração própria do país, corresponde ao montante de dióxido de carbono emitido para cada unidade de seu Produto Interno Bruto (PIB).
As autoridades dizem que a meta obedece "às condições nacionais" da China, um país emergente que vê o corte de emissões como uma ameaça ao seu crescimento econômico.
Ainda assim, especialistas fazem a ressalva de que ela não necessariamente levará a uma redução absoluta das emissões.
O anúncio veio a público um dia após os Estados Unidos confirmarem que vão oferecer, no encontro na Dinamarca, um corte de 17% nas suas emissões de carbono até 2020, em comparação aos níveis de 2005 - menos do que o desejado por cientistas e os países europeus
A Casa Branca confirmou na quarta-feira que o presidente americano, Barack Obama, estará presente no encontro, assim como o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, que confirmou sua ida nesta quinta-feira.
A cúpula tem por objetivo chegar a um acordo que substitua o Protocolo de Kyoto, que não foi ratificado pelos Estados Unidos e expira em 2012.
Redução de emissões
Redução de emissões
Entretanto, analistas creem que a meta anunciada pela China não necessariamente significará uma redução nas emissões.
O cálculo chinês é o único a utilizar a mensuração de intensidade de carbono, ou seja, a quantidade de CO2 emitido por cada unidade do produto interno.
O correspondente da BBC em Pequim, Quentin Sommerville, disse que o compromisso chinês é tornar as suas fábricas e sua infra-estrutura de energia mais eficientes na utilização de combustível, o que produziria menos gases causadores do efeito estufa.
Mas isto não significa que os níveis absolutos de carbono seriam reduzidos, observou o correspondente.
"Esta é uma ação voluntária tomada pelo governo chinês com base nas suas próprias condições nacionais e uma grande contribuição com os esforços globais de combate à mudança climática", afirmou o governo chinês em um comunicado reproduzido na agência oficial.
Na semana passada, o grupo de cooperação dos países da Ásia-Pacífico, Apec, liderado pela China e os EUA, havia decidido adiar para o ano que vem a definição de um acordo mundial sobre o clima.
O primeiro-ministro dinamarquês, Lars Rasmussen, defende que a reunião de Copenhague defina acordos políticos sobre cortes de emissões dos países ricos e ações a serem adotadas por nações pobres e emergentes, com as metas obrigatórias sendo definidas em novas negociações em 2010.
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